Trump e Zelensky se reúnem em meio a mudança de tom dos EUA sobre a guerra na Ucrânia
O aguardado encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, nesta terça-feira (23), à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, marcou uma virada significativa na posição de Washington sobre a guerra no leste europeu.
Após a reunião, Trump declarou acreditar que a Ucrânia, com o apoio de aliados europeus, pode recuperar “todo o território perdido” para a Rússia, a qual descreveu como um “tigre de papel”. A afirmação representa uma guinada em relação à postura anterior do republicano, que em outras ocasiões havia adotado um discurso mais cauteloso sobre a capacidade de Kiev no conflito.
Durante a coletiva, Trump foi questionado se a Otan deveria reagir diretamente a incursões de drones e aeronaves russas em espaço aéreo europeu. O presidente respondeu de forma afirmativa: “Sim, eu acho que devem”. A fala ecoou a preocupação de países da aliança, que vêm relatando violações de suas fronteiras aéreas nas últimas semanas.
Zelensky, por sua vez, avaliou que houve uma “grande mudança” na visão de Trump sobre a guerra. Segundo o ucraniano, o líder norte-americano agora demonstra maior compreensão sobre a situação no front e estaria mais distante da narrativa russa de que a resistência de Kiev estaria enfraquecida. “Trump é um fator decisivo por si só”, afirmou Zelensky, acrescentando que a participação dos Estados Unidos será vital para qualquer desfecho do conflito.
Apesar do tom mais otimista, Zelensky evitou detalhar possíveis novos compromissos de apoio militar ou de segurança discutidos na reunião, reiterando, contudo, que a Ucrânia segue pressionando por sistemas adicionais de defesa aérea.
A aproximação ocorre em um momento delicado para Zelensky internamente. Dentro de seu próprio partido, cresce a insatisfação de parlamentares e autoridades diante do estilo centralizador de governo e das recentes tentativas de enfraquecer órgãos independentes de combate à corrupção. Protestos e críticas internacionais forçaram o recuo do presidente em algumas dessas medidas, mas a tensão política permanece.
No cenário internacional, a reunião com Trump também foi acompanhada de perto pelos parceiros europeus, preocupados com a continuidade da ajuda ocidental. Zelensky aproveitou sua passagem por Nova York para reforçar junto a líderes regionais a necessidade de reduzir a dependência do gás e do petróleo russos, destacando conversas com o governo da Eslováquia nesse sentido.
O dia de Trump na ONU também foi marcado por polêmicas fora da pauta da guerra. Em discurso, o republicano atacou a própria organização, acusando-a de falhar em esforços de paz, criticou duramente as políticas migratórias globais e classificou as iniciativas contra as mudanças climáticas como “a maior fraude já perpetrada contra o mundo”.
Ainda assim, foi a mudança de posição sobre a Ucrânia que dominou as atenções. Para Kiev, as declarações representam uma sinalização de que Washington pode estar disposto a exercer papel mais ativo na defesa da integridade territorial ucraniana. Para Moscou, por outro lado, o novo tom da Casa Branca tende a elevar tensões com a Otan.
As discussões sobre o conflito devem continuar ao longo da semana em Nova York, com discursos de Zelensky e de outros líderes mundiais previstos na sequência da Assembleia Geral.
Internautas repercurtem em redes sociais encontro de Trump e Zelensky
Alguns perfis nas redes sociais trouxeram infos sobre o encontro. O famoso perfil @visegrad24 trouxe a seguinte frase do presidente Ucraniano:
“Sou muito grato ao Trump. Não posso compartilhar detalhes agora. Trump possui informação muito importante sobre a situação do front.” – afirma Zelensky.
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