Pastor conselheiro espiritual de Trump admite abuso sexual infantil e recebe pena reduzida

Pastor Robert Morris, fundador da megachurch Gateway Church, no Texas, declarou-se culpado por abusar sexualmente de uma menina de 12 anos na década de 1980. O acordo judicial foi formalizado nesta quinta-feira em um tribunal do condado de Osage, em Oklahoma, onde os crimes ocorreram. Morris, de 64 anos, admitiu cinco acusações de atos libidinosos ou indecentes com menor.

De acordo com os termos do acordo de culpa, Morris recebeu uma sentença de 10 anos, mas apenas os primeiros seis meses serão cumpridos na cadeia do condado. O restante da pena será suspenso e supervisionado. Além disso, ele deverá pagar US$ 250 mil em restituição à vítima e será obrigado a se registrar como agressor sexual.

A vítima, Cindy Clemishire, hoje com 55 anos, afirmou que os abusos começaram em 1982, quando Morris, então um evangelista itinerante em seus vinte e poucos anos, hospedava-se com sua família em Hominy, Oklahoma. Ela relatou que os episódios se estenderam por vários anos e que tentou revelar o ocorrido apenas em 1987, quando contou aos pais e líderes religiosos, mas as autoridades não foram acionadas à época.

Clemishire tornou a acusação pública em 2024, o que provocou a renúncia de Morris da liderança da Gateway Church. Em depoimento no tribunal, ela afirmou que o abuso impactou profundamente sua vida pessoal e familiar, e destacou que “não existe consentimento por parte de uma criança de 12 anos”. Familiares acompanharam a audiência e também relataram o sofrimento causado ao longo das décadas.

Fundada em 2000, a Gateway Church tornou-se uma das maiores congregações evangélicas dos Estados Unidos, com dezenas de milhares de fiéis e múltiplos campi.

Ligação de Pastor com Donald Trump

Morris também ganhou projeção nacional no meio religioso e político. Em 2016, foi indicado como conselheiro espiritual do então presidente Donald Trump e integrou o comitê consultivo evangélico da Casa Branca.

A acusação criminal foi possível graças a uma interpretação da lei estadual que suspende o prazo prescricional em casos de agressões antigas quando o acusado vive fora do estado. O promotor-geral de Oklahoma classificou o caso como um exemplo da importância de responsabilizar agressores, mesmo após muitos anos, especialmente quando ocupam posições de influência religiosa.

Após a renúncia de Morris, a Gateway Church enfrentou questionamentos internos. Uma investigação independente resultou na remoção de quatro anciãos que, segundo apurações, teriam tido conhecimento prévio das alegações, mas não adotaram providências. Paralelamente, Morris moveu uma ação judicial contra a igreja, alegando má condução de sua saída e exigindo benefícios de aposentadoria, o que a instituição nega.

Pena será cumprida imediatamente

Com a conclusão do acordo judicial, Morris deverá iniciar imediatamente o cumprimento dos seis meses de prisão no condado de Osage. A supervisão posterior ficará a cargo das autoridades do Texas por meio de um pacto interestadual.

Redes sociais inflamadas

Diante da certa relação entre o pastor e o então presidente, Donald Trump, incendiaram as redes sociais no ida de hoje. Apoiadores do presidente tentam minimizar o fato e opositores fazem questão de levantar fotos e situações que apontam a relação próxima entre os dois.

No tuíte abaixo o perfil @patriottakes fez questão de exibir fotos do pastor com pessoas públicas republicanas como o filho do presidente Donald Trump, o governador do Texas Greg Abbott, o senador republicano Ted Cruz entre outros.

Outro perfil intitulado como “Republicanos contra Trump” recuperou um trecho de uma coletiva em que o presidente americano afirmar que o pastor possui grande reputação.

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