Paciente com Esclerose controla braço robótico para se alimentar graças a implante da Neuralink

A Neuralink divulgou nas redes sociais mais um marco em seus testes clínicos: um paciente diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), identificado como Nick, conseguiu recuperar parte de sua autonomia ao se alimentar utilizando um braço robótico controlado pelo implante cerebral da empresa.

No vídeo publicado no X (antigo Twitter), Nick aparece sentado em sua cadeira de rodas enquanto o braço mecânico leva a comida até sua boca. O feito é possível graças ao dispositivo N1, da Neuralink, que interpreta sinais elétricos do cérebro e os traduz em comandos digitais. “A vida com meu BCI tem sido e continua sendo surreal e gratificante. Mal posso esperar para ver o que vem a seguir”, declarou o paciente no post compartilhado pela empresa.

Lista de espera e avanço cirúrgico

A tecnologia da Neuralink desperta enorme interesse. Segundo o presidente e cofundador Dongjin (DJ) Seo, mais de 10 mil pessoas já demonstraram interesse em participar dos ensaios clínicos ou futuramente receber o implante. Até agora, 12 pacientes já foram submetidos ao procedimento, e a expectativa da companhia é encerrar o ano com cerca de 25 usuários.

Seo aponta o robô cirúrgico da empresa como um dos principais diferenciais. O equipamento é capaz de inserir fios ultrafinos no cérebro com precisão micrométrica, uma tarefa considerada extremamente complexa para neurocirurgiões humanos. “Desde o início, sabíamos que a limitação de especialistas poderia ser um gargalo. Nosso robô cirúrgico é o caminho para levar essa tecnologia às massas”, disse em entrevista a investidores.

Uso diário e impacto na vida dos pacientes

De acordo com a Neuralink, os voluntários utilizam o implante em média 7,5 horas por dia, sendo que alguns chegam a ultrapassar 100 horas semanais. O dispositivo, conectado à plataforma Telepathy, permite não apenas movimentar braços robóticos, mas também escrever textos, navegar na internet, realizar operações bancárias e até jogar videogame.

O primeiro paciente, Noland Arbaugh, já havia relatado que utiliza o implante para atividades cotidianas, como responder e-mails, editar conteúdos e se comunicar online. Agora, com Nick, a empresa destaca um uso ainda mais simbólico: o resgate da independência em uma das tarefas mais básicas da vida, que é se alimentar sozinho.

Limitações e futuro

Apesar do entusiasmo, especialistas lembram que o implante da Neuralink ainda está em fase experimental e não possui aprovação da FDA (Agência de Alimentos e Medicamentos dos EUA) para uso comercial. Além disso, cada cirurgia ainda depende da supervisão de médicos especializados, que realizam etapas críticas como a craniotomia e o posicionamento inicial do dispositivo.

Mesmo assim, o avanço abre caminho para que tecnologias de interface cérebro-computador (BCI) cheguem a mais pessoas com limitações motoras severas. Elon Musk, cofundador da Neuralink, já afirmou que os robôs cirurgiões poderão superar os melhores médicos em precisão dentro de poucos anos.

Enquanto isso, para pacientes como Nick, cada refeição independente é um marco que mostra o potencial transformador da neurotecnologia.

E você leitor, o que acha sobre o assunto? Comente abaixo!

Quer se manter informado? continue lendo na Diário impresso!

Publicar comentário