Otan alerta Brasil, China e Índia sobre risco de sanções secundárias dos EUA contra a Rússia

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, fez um alerta nesta terça-feira (15) sobre possíveis sanções secundárias dos Estados Unidos que podem impactar duramente países como Brasil, China e Índia, caso continuem realizando negócios com a Rússia.

Durante reunião com senadores no Congresso americano, Rutte destacou que os líderes desses países — citando especificamente o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva — deveriam tentar convencer o presidente russo Vladimir Putin a levar a sério as negociações de paz para a guerra na Ucrânia. “Por favor, telefonem para Vladimir Putin e digam a ele que ele precisa levar as negociações de paz a sério, porque, caso contrário, isso afetará o Brasil, a Índia e a China de forma massiva”, afirmou.

Sanções secundárias e ameaça de tarifas

O alerta acontece após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar na segunda-feira (14) a intenção de impor tarifas de até 100% sobre produtos importados da Rússia, bem como tarifas secundárias de igual valor sobre países que continuem fazendo negócios com Moscou, caso não haja um acordo de cessar-fogo na Ucrânia dentro de 50 dias.

Embora Trump não tenha detalhado como as tarifas secundárias seriam aplicadas, o conceito prevê a taxação de países parceiros comerciais da Rússia, como Brasil, China e Índia, que são grandes compradores de petróleo e gás russos. Dados oficiais indicam que, no caso do Brasil, cerca de 65% do diesel importado vem da Rússia, o que evidencia a vulnerabilidade do país a essas medidas.

Além das sanções econômicas, Trump anunciou o envio de armas avançadas para a Ucrânia, incluindo sistemas de defesa aérea Patriot e munição, reforçando o apoio militar americano ao governo de Kiev.

Preocupação no Congresso americano

O senador republicano Thom Tillis elogiou as ações do presidente Trump, mas demonstrou preocupação com o prazo de 50 dias dado para que a Rússia aceite as negociações de paz. Segundo ele, Putin pode usar esse período para tentar obter vantagens no campo de batalha antes de negociar um possível acordo.

“Devemos considerar que qualquer ganho territorial obtido pela Rússia durante esse prazo está fora de cogitação”, afirmou o senador.

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