Obama alerta para crise política nos EUA após assassinato de Charlie Kirk e critica Trump

O ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta terça-feira (16) que o país vive um “momento perigoso” e atravessa uma “crise política sem precedentes” após o assassinato do ativista conservador Charlie Kirk.

Em evento realizado na Jefferson Educational Society, em Erie, Pensilvânia, Obama condenou a escalada da violência política e acusou Donald Trump de aprofundar as divisões nacionais em vez de buscar a unidade.

Quem é Charlie Kirk

Kirk, de 31 anos, fundador da organização conservadora Turning Point USA e aliado próximo de Trump, foi morto a tiros em 10 de setembro, enquanto discursava na Universidade do Vale de Utah. O suspeito, Tyler Robinson, 22 anos, foi preso e formalmente acusado de homicídio qualificado e porte ilegal de armas.

Segundo promotores, ele teria enviado mensagens assumindo o crime, alegando que estava “cansado do ódio” propagado pelo ativista. A promotoria já anunciou que buscará a pena de morte.

Obama lamentou o crime, classificando-o como “horrível e uma tragédia”, e destacou que, mesmo discordando profundamente das ideias de Kirk, a violência não pode ser tolerada em uma democracia.

O ex-presidente também relembrou momentos de tensão durante seu mandato, como o massacre em uma igreja de Charleston, em 2015, e comparou sua postura de apelo à união com a de George W. Bush após os atentados de 11 de setembro de 2001.

“Nosso sistema democrático depende da capacidade de discordar de forma intensa sem recorrer à violência”, disse. “Quando líderes optam por rotular opositores como ‘inimigos’ ou ‘vermes’, isso não apenas acirra divisões, mas corrói os alicerces do país.”

As críticas se dirigiram diretamente a Trump, que, após a morte de Kirk, intensificou ataques à chamada “esquerda radical” e sinalizou medidas para reprimir manifestações críticas.

Entre as ações recentes do governo estão a mobilização da Guarda Nacional em Washington e checagens de identidade em Los Angeles por agentes federais, medidas que Obama classificou como violações de normas democráticas.

Casa Branca responde afirmações de Obama

A Casa Branca reagiu às declarações, chamando Obama de “arquiteto da divisão política moderna” e acusando-o de ter usado sua presidência para semear animosidade. “Mais americanos sentiram que Obama dividiu o país do que o uniu”, disse Abigail Jackson, porta-voz do governo.

Apesar do tom crítico, Obama também destacou exemplos de respostas equilibradas, como a do governador republicano de Utah, Spencer Cox, que pediu moderação no debate público. Para ele, Cox mostrou que é possível “discordar respeitando um código básico de convivência democrática”.

Obama concluiu pedindo vigilância da sociedade e das instituições diante do que chamou de “erosão das guardas democráticas”. “As normas que eu e outros presidentes respeitamos parecem já não valer. Isso nos coloca em uma encruzilhada perigosa”, afirmou.

Post de Obama no dia do atentado

No dia do assassinato de Charlie Kirk, Obama prestou condolências a família do apoiador de Donald Trump e repudiou veementemente a violência ocorrida. Abaixo do tuíte você confere a tradução.

“Nós não sabemos ainda o quê motivou a pessoa que atirou e matou Charlie Kirk, mas esse tipo de violência descabida não tem lugar em nossa democracia. Michelle e eu estaremos rezando para a família de Charlie hoje à noite, especialmente para sua mulher Erika e seus dois jovens filhos.”

E você leitor, o que vem achando dos embates ideológicos norte-americanos? Deixe seu comentário abaixo!
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