Internautas reagem com indignação após Moraes derrubar decisão do Congresso sobre IOF
Brasília, 17 de julho de 2025 — A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de restaurar quase integralmente o decreto do presidente Lula que aumenta as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) provocou uma onda de indignação entre internautas nas redes sociais.
A principal crítica é que, para muitos usuários, a decisão de um único magistrado anulando uma votação expressiva no Congresso — aprovada por mais de 380 deputados e pelo Senado — representa, na prática, um “fechamento simbólico” do Legislativo.
“Pra que serve o Congresso? Fecha logo isso e economiza dinheiro público”, escreveu um usuário no X (antigo Twitter), em mensagem que já acumula milhares de curtidas.
“Um juiz sozinho vale mais que 513 deputados e 81 senadores? É piada pronta”, comentou outro internauta.
“Canetada” de Moraes irrita oposição e sociedade
A decisão foi criticada inclusive por lideranças da oposição no plenário da Câmara. O vice-presidente da Casa, Altineu Côrtes (PL-RJ), classificou o ato como uma “desmoralização” para o Congresso Nacional. O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) disse que a Casa precisa reagir imediatamente para não se tornar “refém de decisões monocráticas”.
A revolta rapidamente se espalhou para o ambiente virtual. Entre os termos mais usados para descrever o episódio estão “supremocracia” e “ativismo judicial”. Muitos internautas também lembraram que Moraes não teve um único voto popular, ao contrário dos parlamentares eleitos.
Tema dominou trending topics
Em grupos de discussão e fóruns de política, o assunto chegou ao topo dos trending topics na noite de quarta-feira (16) e seguiu como tema central nesta quinta. Memes, posts indignados e comparações com regimes autoritários foram compartilhados em massa.
“O Congresso é figurante. Quem manda é o Supremo”, ironizou um perfil.
“Mais imposto, menos democracia”, publicou outro, criticando o impacto direto no bolso dos brasileiros.
Entenda a decisão
Moraes suspendeu apenas a cobrança do IOF sobre as operações de “risco sacado”, modalidade usada por pequenas empresas para antecipar recebíveis. Para o ministro, este ponto extrapolava a lei.
Por outro lado, manteve a alta de alíquotas em operações como compras internacionais, remessas ao exterior, empréstimos a empresas, seguros VGBL e fundos de investimento — medidas que o Congresso havia derrubado em decisão unânime no Senado e por ampla maioria na Câmara.
A equipe econômica do governo prevê que a volta do decreto, mesmo sem o “risco sacado”, deve garantir R$ 10,8 bilhões em arrecadação em 2025.
Clima de tensão entre poderes
A reação popular e parlamentar expõe mais uma fissura na relação entre Congresso, Executivo e Judiciário. Parlamentares prometem articular uma resposta para restringir decisões monocráticas e reforçar o papel do Legislativo.
Enquanto isso, o clima entre os eleitores é de frustração e sensação de impotência: “Parece que votar não adianta nada”, resumiu um internauta.
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