Ex-presidente da Colômbia é condenado a 12 anos de prisão domiciliar
Pela primeira vez na história da Colômbia, um ex-presidente foi condenado criminalmente: Álvaro Uribe, que governou o país entre 2002 e 2010, cumprirá 12 anos de prisão em regime domiciliar por fraude processual e manipulação de testemunhas.
A sentença foi anunciada pela juíza Sandra Liliana Heredia, que considerou Uribe culpado de interferir em depoimentos e tentar subornar testemunhas para desmentir ligações suas e de sua família com grupos paramilitares de extrema direita. A condenação também inclui uma multa de cerca de 830 mil dólares e impede Uribe de ocupar cargos públicos por oito anos.
O caso começou em 2012, quando Uribe, então líder do partido de direita Centro Democrático, acusou o senador Iván Cepeda de tentar associá-lo à criação do grupo paramilitar Bloque Metro. Em 2018, no entanto, a Suprema Corte abriu investigação contra Uribe por supostamente tentar fraudar testemunhos.
O processo se arrastou por anos e ganhou força em 2024, quando o Ministério Público apresentou as acusações formais. O julgamento teve mais de 90 testemunhas e durou 67 dias. Segundo a decisão, Uribe utilizou advogados e aliados políticos para pressionar ex-paramilitares a mudarem seus relatos sobre a atuação de sua família na fundação do Bloque Metro — grupo que promoveu uma campanha de terror na região de Antioquia entre 1996 e 2003.
Mesmo condenado, Uribe, de 73 anos, mantém popularidade no país e forte influência na direita colombiana. O ex-presidente nega todas as acusações, afirma ser vítima de perseguição política e já anunciou que vai recorrer. A condenação provocou reações divididas: enquanto aliados como o ex-presidente Iván Duque criticaram a decisão, políticos ligados ao governo de Gustavo Petro consideraram o veredicto um marco para a justiça colombiana.
Uribe também é investigado em outros processos, como sua suposta participação em um massacre de camponeses em 1997, quando era governador de Antioquia, e até em uma denúncia internacional por execuções e desaparecimentos forçados ocorridos durante seu mandato presidencial.
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