Europa reforça postura militar e anuncia aumento histórico de gastos em Defesa diante de ameaças da Rússia

A medida na Europa é uma resposta direta à escalada militar da Rússia e à instabilidade crescente no cenário geopolítico internacional.

Haia, 24 de junho de 2025 — A União Europeia e os países-membros da Otan anunciaram nesta terça-feira (24) um novo marco na política de segurança do continente: o aumento dos gastos em Defesa para um mínimo de 5% do PIB.

Durante a cúpula da Otan realizada em Haia, na Holanda, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou que “a Europa da Defesa finalmente despertou”, destacando que a guerra na Ucrânia desencadeou uma transformação histórica nas prioridades estratégicas do bloco. “A arquitetura de segurança que sustentamos por décadas já não pode mais ser considerada garantida”, afirmou.

Von der Leyen alertou que a Rússia poderá testar o compromisso de defesa mútua dos países da Otan até 2030 e defendeu uma mudança de mentalidade nos governos europeus. Para ela, será necessário unir forças entre os setores civis e militares, ampliando a inovação tecnológica em prol da segurança coletiva.

O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, reforçou o tom da presidente da Comissão Europeia e descreveu o aumento de gastos como um “salto gigantesco” necessário para preservar a paz. “Se queremos paz, devemos nos preparar para a guerra. Precisamos vencer esta nova guerra de produção militar”, disse ele, referindo-se ao ritmo acelerado de rearmamento da Rússia, supostamente apoiada por tecnologia chinesa e armamentos do Irã e da Coreia do Norte.

Além do aumento no orçamento, Rutte anunciou que os países da Otan investirão mais de 35 bilhões de euros (aproximadamente R$ 221 bilhões) em ajuda militar à Ucrânia ainda este ano. Ele também afirmou que a entrada da Ucrânia na Otan é “irreversível”.

A decisão de elevar os gastos mínimos em Defesa na Europa atende a uma antiga exigência dos Estados Unidos, especialmente após o retorno de Donald Trump à presidência. Enquanto países como a Alemanha já planejam atingir os novos patamares até o fim da década, outros, como a Espanha e a Eslováquia, negociam mais flexibilidade para implementar a medida.

Em meio ao reforço do apoio à Ucrânia e ao endurecimento da retórica contra Moscou, a cúpula também abordou o envolvimento do Irã no conflito, por meio do fornecimento de drones ao exército russo. A Otan acusou Teerã de aprofundar sua atuação na guerra, e defendeu o recente ataque americano contra instalações nucleares iranianas.

O Kremlin reagiu com críticas, acusando a Otan de promover uma “militarização desenfreada” e de manter uma postura belicista.

A cúpula prossegue nesta quarta-feira (25), com foco em fortalecer alianças e enviar um sinal claro de unidade frente às ameaças externas.

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