Crise em Gaza isola Israel no cenário internacional e aumenta hostilidade a turistas

A prolongada ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza, que já dura quase dois anos e soma mais de 60 mil mortos segundo estimativas, vem aprofundando o isolamento diplomático do país e gerando reflexos diretos para cidadãos israelenses fora de suas fronteiras.

A catástrofe humanitária em Gaza, marcada por imagens de fome em massa e crianças desnutridas, tem intensificado protestos em várias partes do mundo e levado países europeus a reconhecer formalmente o Estado da Palestina.

Reconhecimento do Estado da Palestina

Em 2024, Espanha, Noruega, Irlanda e Eslovênia oficializaram o reconhecimento da Palestina. A França anunciou que seguirá o mesmo caminho em setembro, e há expectativa de que Reino Unido, Canadá e Austrália também adotem essa medida. Especialistas israelenses alertam que, apesar de simbólica, essa onda de reconhecimento representa um duro golpe moral para Israel e pode abrir caminho para uma adesão plena da Palestina à ONU, algo que dependeria da posição dos Estados Unidos.

Turistas alvos des hostilidade

A insatisfação global também tem se manifestado de forma direta contra turistas israelenses. Um recente episódio na Grécia ganhou repercussão internacional: manifestantes tentaram impedir o desembarque de cerca de 1.500 passageiros israelenses do navio de cruzeiro Crown Iris na ilha de Creta, entoando gritos de “Palestina livre” e exibindo uma bandeira gigante do território palestino. Houve confronto com a tropa de choque, uso de spray de pimenta e quatro detenções. Incidentes semelhantes ocorreram em Rodes e Siros na mesma semana.

Casos de hostilidade foram registrados ainda na Espanha, Itália e Áustria, onde turistas israelenses relataram ser expulsos de restaurantes, perseguidos na saída de casas noturnas ou até impedidos de se hospedar em campings. A crescente tensão já impacta o setor de turismo: agências de viagens israelenses relatam aumento na busca por destinos considerados “mais seguros”, como Praga, Budapeste, Dubai e Tailândia.

A Grécia, destino favorito de férias para muitos israelenses, tenta conter a escalada de protestos. O governo de Atenas prometeu endurecer medidas contra bloqueios e ataques a visitantes, usando a legislação antirracista para processar manifestantes que impeçam legalmente a entrada de estrangeiros no país.

O que dizem especialistas

Para analistas, o cerco internacional reflete o custo político e moral da ofensiva militar em Gaza. Ex-diplomatas e acadêmicos israelenses ouvidos por veículos internacionais apontam que a imagem do país se deteriora a cada dia em que o conflito se arrasta, aprofundando o isolamento e expondo cidadãos comuns a retaliações. Enquanto isso, o governo de Benjamin Netanyahu, pressionado pela opinião pública global, segue focado na manutenção de sua base política interna e na dependência do apoio dos Estados Unidos.

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