Angélica pede em estreia no GNT que Lula indique uma mulher negra para o STF

Na estreia de seu novo programa no canal GNT, a apresentadora Angélica surpreendeu ao utilizar parte do espaço para fazer um apelo público ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Durante a atração, transmitida nesta semana, a artista pediu que a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF), após a saída do ministro Luís Roberto Barroso para a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), seja preenchida por uma mulher negra.

Angélica começou destacando a desigualdade histórica de gênero dentro da Suprema Corte.

“Hoje nós só temos a ministra Cármen Lúcia lá e, em 134 anos de história, o STF teve 172 ministros e só três mulheres. Isso tem que mudar”, disse. Em seguida, ela reforçou que representatividade é uma questão de justiça e não de gentileza:

“Presidente Lula, escolha uma mulher. Seria muito legal. E para dar um passo ainda maior, que seja uma mulher negra. Não é gentileza, é justiça”, declarou a apresentadora.

Contexto histórico e político

O Supremo Tribunal Federal nunca contou com uma ministra negra em sua composição. Desde sua fundação, em 1891, apenas três mulheres chegaram ao tribunal: Ellen Gracie (2000), Cármen Lúcia (2006) e Rosa Weber (2011), já aposentada. Atualmente, apenas Cármen Lúcia permanece na Corte, em um colegiado de 11 ministros majoritariamente masculino e branco.

Com a saída de Barroso, Lula tem a missão de indicar o 12º nome de seu governo para a mais alta instância do Judiciário. Nos bastidores, circulam nomes de juristas, magistrados e advogados próximos ao presidente.

Reações nas redes sociais

A fala de Angélica dividiu opiniões nas redes. Alguns internautas elogiaram a apresentadora por usar sua visibilidade para levantar a pauta da representatividade. Outros criticaram, argumentando que critérios técnicos deveriam prevalecer.

O usuário Paulo Domingues ironizou:

“E uma mulher negra apresentando um programa no GNT? Podia ser no horário da Angélica… não é mesmo?”

Joel Filho criticou a comparação feita pela apresentadora:

“Essa turma quer escolher ministro do STF como quem escolhe um tênis num shopping: ‘eu não tenho essa cor na minha coleção’, ‘esse combina com aquela camiseta’. As elites do Brasil são uma vergonha e cultuam a burrice sem constrangimento.”

O que disse Lula

Durante evento nesta semana, o presidente Lula foi questionado sobre a nova indicação. Ele evitou se comprometer com um perfil específico e afirmou que ouvirá diferentes interlocutores antes de anunciar sua decisão.

“Eu quero uma pessoa, não sei se mulher ou homem, não sei se preto ou branco. Eu quero uma pessoa que seja antes de tudo gabaritada para ser ministro da Suprema Corte. Eu não quero um amigo, eu quero um ministro da Suprema Corte que terá como função específica cumprir a Constituição brasileira. É isso que eu quero”, declarou.

Pressão de movimentos sociais

O pedido de Angélica se soma a manifestações de artistas, juristas e coletivos. O movimento Mulheres Negras Decidem, por exemplo, já enviou cartas ao presidente defendendo a escolha de uma mulher negra para o cargo. A cantora Anitta também fez campanha nas redes, lembrando que nunca houve uma ministra negra no STF em 134 anos de história.

O episódio mostra como a discussão sobre representatividade no Judiciário saiu do campo jurídico e ganhou espaço também no entretenimento. A fala de Angélica, feita em rede nacional, amplia a pressão pública sobre Lula em um momento decisivo para a composição da Suprema Corte.

Enquanto o presidente adia o anúncio oficial, a mobilização continua: de um lado, movimentos sociais e parte da classe artística reforçam o pedido por diversidade; de outro, críticos defendem que a escolha deve se basear exclusivamente em critérios técnicos e jurídicos.

A decisão final, segundo aliados de Lula, deve ser tomada ainda neste mês.

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