Avanço da IA ameaça até 92 milhões de empregos, mas abre novas oportunidades
O avanço da IA acelerará uma transformação global no mercado de trabalho que promete eliminar milhões de postos, mas também criar novas funções.
Segundo o The Future of Jobs Report 2025, do Fórum Econômico Mundial, até 2030 cerca de 92 milhões de empregos devem desaparecer, mas a tecnologia pode gerar até 170 milhões de novas vagas.
Empresas já aplicam cortes com apoio da IA
Gigantes como Amazon, Microsoft, Shopify e Duolingo já implementam ou planejam cortes significativos de pessoal, substituindo funções humanas por sistemas de automação e algoritmos inteligentes. Na Amazon, o CEO Andy Jassy afirmou que a redução de equipes é parte do processo de adoção da IA para tarefas antes realizadas por pessoas. Já a Shopify, por exemplo, só aprova novas contratações quando a função não puder ser executada por uma ferramenta de IA.
Profissões mais ameaçadas pelo avanço da IA
O impacto da automação não será uniforme: algumas funções estão entre as mais vulneráveis à extinção. Entre os cargos em maior risco até 2030 estão:
- Caixas de banco e bilheteiros: substituídos por aplicativos, autoatendimento e pagamentos digitais.
- Assistentes administrativos: softwares de organização e IA generativa assumem agendas, documentos e tarefas rotineiras.
- Atendentes de telemarketing: chatbots e assistentes virtuais já realizam atendimentos padrão.
- Escriturários de correios, operadores de entrada de dados, atendentes de contabilidade e estoque: digitalização e automação reduzem a demanda por funções repetitivas.
- Motoristas e condutores: a chegada de veículos autônomos promete reduzir a necessidade de motoristas humanos.
- Designers gráficos: ferramentas de design automatizado e IA generativa democratizam criações antes restritas a profissionais especializados.
Desigualdade e risco para grupos vulneráveis
Relatórios indicam que comunidades já historicamente desfavorecidas podem ser ainda mais impactadas. Negros, latinos e trabalhadores de baixa renda são maioria em cargos que correm maior risco de automação, mas continuam sub-representados em funções de tecnologia — as mais propensas a crescer. A falta de diversidade na criação de sistemas de IA também pode intensificar problemas como viés algorítmico e discriminação.
Novo mercado exige adaptação
Apesar do cenário de risco, economistas ressaltam que a IA não elimina o trabalho por completo, mas o transforma. Segundo especialistas, a automação de tarefas pode aumentar a produtividade e abrir espaço para novas ocupações em setores como agricultura, construção, logística, vendas e alimentação.
Além disso, o sucesso dessa transição depende da capacitação contínua e do engajamento de empresas e governos em políticas de inclusão, formação técnica e combate às desigualdades no acesso a oportunidades.
Como alerta o especialista Enzo Weber, da Alemanha: “A IA é um divisor de águas. Mas as oportunidades precisam ser agarradas.”
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