Irã acusa EUA e Israel de cruzarem “linha vermelha” com ataques a instalações nucleares e promete resposta

ISTAMBUL/MOSCOU — O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, afirmou neste domingo (22) que os Estados Unidos e Israel “cruzaram uma linha vermelha muito grande” ao bombardear instalações nucleares iranianas, classificando a ofensiva como uma grave violação do direito internacional e da soberania do país. Segundo o chanceler, Teerã convocou uma reunião emergencial do Conselho de Segurança da ONU e considera todas as opções para responder militarmente.

Ataque que cruzou a linha vermelha – segundo Irã

Os ataques, que ocorreram na noite de sábado (21), atingiram ao menos três centros nucleares estratégicos — Fordow, Natanz e Isfahan — em uma ação conjunta de forças americanas e israelenses. O presidente Donald Trump confirmou a ofensiva, afirmando que as instalações foram “completamente destruídas” com armamentos de alta precisão, como bombas de penetração lançadas por aviões B-2 e mísseis Tomahawk.

Araqchi criticou duramente a postura dos Estados Unidos, acusando Washington de trair os esforços diplomáticos em andamento e de apoiar o que chamou de “regime genocida de Israel”. “Eles deram carta branca a Israel para atacar nossas instalações. Isso mostra que não compreendem a linguagem da diplomacia, apenas a da força”, declarou.

Em resposta à ofensiva, o chanceler anunciou que se reunirá com o presidente russo, Vladimir Putin, nesta segunda-feira (23), em Moscou, para discutir a escalada do conflito e buscar apoio internacional. O Irã também pediu que o Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) condene formalmente os bombardeios.

Intensificação do conflito Irã x Israel

O conflito, que se intensificou desde 13 de junho com ataques israelenses a alvos nucleares iranianos, já causou mais de 240 mortes e milhares de feridos. Em retaliação, o Irã lançou mísseis contra cidades israelenses como Tel Aviv, Haifa e Jerusalém.

A comunidade internacional expressa preocupação com os riscos de escalada regional e impactos globais, especialmente diante da possibilidade de o Irã fechar o Estreito de Ormuz — rota vital por onde transita cerca de 20% do petróleo mundial. Segundo Araqchi, “todas as opções estão sobre a mesa” e as Forças Armadas iranianas estão em estado de alerta máximo.

Apesar da tensão, o ministro reafirmou que a diplomacia continua sendo um princípio, mas ponderou: “Este não é o momento para diálogo. Aguardem nossa resposta primeiro”.

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