Cristina Kirchner é condenada definitivamente e pode cumprir prisão domiciliar por corrupção na Argentina
A Suprema Corte de Justiça da Argentina confirmou, nesta terça-feira (10), a condenação da ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner a seis anos de prisão por corrupção e a inabilitação perpétua para ocupar cargos públicos.
A decisão, que rejeita o último recurso possível apresentado por sua defesa, torna a sentença definitiva.
Cristina, de 72 anos, deve cumprir a pena em prisão domiciliar, benefício possível pela idade. A condenação decorre da chamada “causa Vialidad”, em que ela foi acusada de favorecer, durante seus dois mandatos (2007–2015), o empresário Lázaro Báez — aliado próximo da família Kirchner — com licitações de 51 obras públicas na província de Santa Cruz, reduto político do kirchnerismo. A investigação apontou desvios e sobrepreços que causaram prejuízo de mais de US$ 1 bilhão ao Estado argentino.
A decisão também inviabiliza sua candidatura às eleições legislativas de setembro, nas quais Cristina pretendia concorrer a deputada pela província de Buenos Aires. A líder peronista, que também foi vice-presidente de Alberto Fernández (2019–2023), alegou perseguição política e judicial, classificando o processo como parte de um lawfare. Em declarações públicas recentes, afirmou: “Me querem presa ou morta, mas o que nunca vão impedir é que o povo volte”.
A sentença provocou mobilizações de apoiadores peronistas em Buenos Aires, com bloqueios em rodovias e aglomerações em frente à sede do Partido Justicialista, presidido por Cristina. Grupos como o Grupo de Puebla, composto por líderes políticos de esquerda da América Latina e Europa, manifestaram apoio à ex-presidente, alegando que a condenação tem motivação política.
Apesar do clima de polarização, a Corte limitou sua atuação a revisar garantias constitucionais, mantendo intactas as decisões anteriores do Tribunal Oral Federal e da Câmara de Casación, que já haviam condenado Cristina. A ex-mandatária ainda responde a outros três processos criminais, incluindo um por suposto encobrimento de envolvidos no atentado à AMIA, em 1994.
A exclusão de Cristina Kirchner do cenário eleitoral impacta também a dinâmica política nacional, uma vez que sua presença era utilizada como contraponto estratégico pelo presidente Javier Milei, que agora perde seu principal alvo de polarização.
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