Filha de Edson Fachin reforça campanha por mulher no STF e aumenta pressão sobre Lula
A advogada e professora Melina Fachin, filha do ministro Edson Fachin, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), aderiu à campanha que pede a indicação de uma mulher para a vaga que será aberta com a aposentadoria antecipada de Luís Roberto Barroso.
Em suas redes sociais, Melina compartilhou uma série de publicações que defendem a nomeação feminina e publicou um post próprio com a legenda: “É sobre isso! Nada sobre nós, sem nós!!!! #umamulhernostf”. Na imagem anexada, aparece uma frase célebre de Ruth Bader Ginsburg, juíza da Suprema Corte dos Estados Unidos, conhecida pela defesa da igualdade de gênero: “Às vezes, me perguntam: ‘Quando haverá o suficiente?’ Minha resposta é: quando houver nove. As pessoas ficam chocadas. Mas já houve nove homens, e ninguém levantou questões sobre isso.”
A manifestação de Melina ocorre em meio a uma mobilização nacional. Personalidades públicas, entidades de classe e movimentos sociais vêm pedindo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolha uma ministra para a Corte. Uma carta aberta organizada por movimentos de mulheres, com mais de 40 mil assinaturas, foi enviada ao Palácio do Planalto reforçando a demanda. Até artistas, como a cantora Anitta, se engajaram, lembrando que o Brasil é majoritariamente feminino e que há juristas qualificadas para ocupar o posto.
A pressão se dá em um contexto de baixa representatividade. Desde a sua criação, em 1891, o STF teve apenas três ministras: Ellen Gracie (2000), Cármen Lúcia (2006) e Rosa Weber (2011). Atualmente, entre os 11 ministros, apenas Cármen Lúcia permanece como voz feminina.
Apesar do apelo social, Lula tem outros nomes fortes em sua lista de favoritos. O ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, é apontado como principal candidato. Também circulam como possibilidades o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o ministro do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas. Esta será a terceira indicação do presidente em seu atual mandato — antes, ele já escolheu Cristiano Zanin (2023) e Flávio Dino (2024).
Barroso, que deixará o tribunal antes de completar 75 anos, também defendeu mais presença feminina no Judiciário: “Há homens e mulheres capazes. Vejo com simpatia a escolha recair sobre uma mulher”, declarou na semana passada.
Com a voz de Melina Fachin somando-se à mobilização, cresce a expectativa em torno da decisão de Lula. Mais do que uma escolha individual, o futuro nomeado ou nomeada carregará simbolismo para a representatividade no Supremo e para o papel das mulheres na mais alta Corte do país.
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