Obama critica concessões de empresas e instituições a Trump e defende integridade
O ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez duras críticas às universidades, escritórios de advocacia e empresas que, durante a administração Donald Trump, cederam a pressões políticas ou firmaram acordos para manter benefícios.
Em entrevista concedida ao comediante Marc Maron, no episódio final do podcast WTF, Obama afirmou que tais instituições deveriam ter mantido seus princípios.
“Todos temos essa capacidade de tomar uma posição”, declarou. Para ele, organizações que abriram mão de iniciativas de diversidade, equidade e inclusão (DEI), ou que aceitaram restrições impostas pela Casa Branca, acabaram comprometendo valores fundamentais. O ex-presidente citou que universidades poderiam ter resistido a cortes de verbas federais em nome da preservação da independência acadêmica e que empresas deveriam ter mantido programas de contratação diversa.
Obama mencionou especificamente pressões ligadas a Steve Miller, ex-assessor de Trump e arquiteto de políticas migratórias rigorosas, destacando que nenhuma instituição deveria ser “intimidada a contratar ou promover pessoas com base em critérios artificiais”. Ele reconheceu que se posicionar pode gerar custos, mas reforçou que “integridade tem preço”.
Outros temas abordados
A conversa, gravada no escritório de Obama em Washington, também abordou outros temas políticos e sociais. O ex-presidente criticou o envio da Guarda Nacional a Chicago por Trump, classificando a medida como uma violação do Posse Comitatus Act, lei que limita o uso das Forças Armadas em funções policiais dentro do território americano. “Isso é um esforço genuíno para enfraquecer a forma como entendemos a democracia”, disse.
Obama ainda refletiu sobre a postura de alguns setores progressistas, alertando contra um discurso “moralmente superior” que, segundo ele, pode afastar parte da população. Ele citou uma piada de Maron sobre como progressistas teriam “irritado o americano médio a ponto de abrir espaço para o fascismo”, e concordou com a crítica ao excesso de tom professoral. “Você não pode apenas dar sermões o tempo todo sem reconhecer seus próprios pontos cegos. A vida é confusa”, afirmou.
Ao longo da entrevista, Obama também comentou a evolução do cenário midiático e o papel dos podcasts no debate público. Ele elogiou políticos que têm participado de programas de longo formato, como o deputado estadual texano James Talarico, que ganhou projeção após participar do The Joe Rogan Experience. “Isso exige confiança em suas convicções e disposição para debater com quem discorda”, destacou.
Maron, que encerrou seu podcast após 16 anos e mais de 1.600 episódios, já havia entrevistado Obama em 2015. O ex-presidente foi o convidado surpresa do último episódio, atendendo a um desejo antigo do comediante de encerrar o programa com uma nova conversa entre os dois.
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