UEFA planeja flexibilizar regras de multi-propriedade após polêmica
A UEFA está prestes a alterar suas regras de multi-club ownership (MCO), que impedem que dois times ligados a um mesmo acionista disputem a mesma competição europeia.
A mudança acontece após a polêmica exclusão do Crystal Palace da Liga Europa, na última temporada.
O clube inglês havia se classificado para a competição ao conquistar a FA Cup em maio, mas perdeu sua vaga porque o empresário John Textor, então maior acionista do Palace, também possuía participação no Lyon, da França, que se classificou para o mesmo torneio.
De acordo com os regulamentos, clubes sob influência de um mesmo dono não podem jogar a mesma competição. O Palace poderia ter evitado o problema ao criar um blind trust para gerir o clube temporariamente, mas não cumpriu o prazo estabelecido de 1º de março. A UEFA entendeu que houve influência decisiva de Textor e decidiu rebaixar a equipe para a Conference League.
O Palace recorreu ao Tribunal Arbitral do Esporte (CAS), alegando que Textor não tinha controle efetivo sobre as decisões do clube, mas a apelação foi rejeitada. Como consequência, o Lyon ficou com a vaga na Liga Europa, enquanto o Palace teve de disputar os play-offs da Conference League. O episódio pode ter custado mais de £20 milhões aos ingleses.
A situação gerou forte repercussão, especialmente após o Nottingham Forest — rival direto da Premier League — enviar à UEFA preocupações sobre a legalidade da participação do Palace. Além disso, casos semelhantes ocorreram em outros países: Drogheda (Irlanda) e Dunajska Streda (Eslováquia) foram totalmente excluídos das competições europeias pelo mesmo motivo.
Mudança nas regras
A UEFA discutiu com clubes de elite, em reunião realizada em Roma, a adoção de um prazo duplo. A data de 1º de março continuaria como limite para que os clubes notifiquem possíveis conflitos de multi-propriedade, mas eles teriam um período extra até junho — pouco antes dos sorteios das fases preliminares da Liga Europa e da Conference League — para regularizar a situação.
A expectativa é que essa alteração reduza o risco de casos como o do Crystal Palace, que alegou desconhecer o prazo de março porque ainda estava em fases iniciais da FA Cup. A UEFA não comentou oficialmente a proposta, mas a medida é vista como uma forma de dar mais previsibilidade e justiça no processo de inscrição de clubes em torneios continentais.
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