Justiça suspende Torcida Jovem do Flamengo por 2 anos após novos tumultos
A juíza Renata Guarino, do Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos, decidiu nesta terça-feira (16) suspender, por dois anos, a presença da Torcida Jovem do Flamengo, seus membros e associados em qualquer evento esportivo de futebol no território nacional.
A medida vem apenas duas semanas após o retorno da organizada aos estádios, interrompendo um afastamento que já durava cinco anos.
Ocorrências recentes pesaram na decisão
No dia 31 de agosto, data do retorno da Jovem Fla ao Maracanã, foram registradas diversas ocorrências relatadas pelo BEPE e anexadas ao processo:
- Danos à estação da SuperVia e invasão da linha férrea, atrasando trens.
- Pichações e vandalismo durante o trajeto da torcida.
- “Surf” e invasões a ônibus, com riscos à segurança viária.
- Confrontos em coletivos na Avenida Brasil, que precisaram de intervenção policial.
- Torcedor urinando em veículo blindado da PM e divulgando em rede social.
- Roubo de mercadorias de ambulante no setor Norte do Maracanã (duas caixas de cerveja e duas de refrigerante).
- Após o jogo, agressões a torcedores vascaínos em um bar em Copacabana.
Segundo a magistrada, esses episódios repetem e até agravam padrões de violência relatados dez anos antes, mostrando que “a violência não mais está restrita aos estádios, tendo se alastrado para bairros distantes, aterrorizando a população de bem”.
Histórico de violência desde 2015
A decisão faz parte de uma ação civil pública proposta em 2015 pelo Ministério Público, após tumultos em partidas do Flamengo contra Macaé e Botafogo. Na ocasião, integrantes da organizada invadiram um estádio, furtaram pertences, agrediram jogadores adversários e criaram confrontos que exigiram intervenção policial.
Em 2021, a Justiça já havia imposto uma suspensão de três anos e determinado reparação por dano moral coletivo de R$ 50 mil.
Mesmo assim, em agosto desse ano, a torcida retornou aos estádios a partir de um termo de adesão ao Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) celebrado com o Ministério Público e o Batalhão de Policiamento em Estádios (BEPE) – mas sem homologação judicial.
Decisão judicial
Ao rejeitar a homologação do TAC, a juíza afirmou que o contribuinte não pode continuar arcando com os custos de sucessivas operações policiais para conter atos de torcidas organizadas. Ela destacou ainda que o direito constitucional à vida e à segurança coletiva deve prevalecer sobre o retorno da organizada.
Assim, fixou o prazo de dois anos de afastamento, com possibilidade de multa de R$ 20 mil por descumprimento, além de retirada compulsória de membros flagrados em eventos esportivos.
Outras torcidas também sob análise
No mesmo despacho, a magistrada citou ofício recente do BEPE relatando novos episódios violentos envolvendo outras organizadas, como Força Jovem do Vasco, Fúria e Jovem do Botafogo, inclusive com mortes e uso de armas de fogo. O documento será anexado às ações civis públicas dessas torcidas, podendo levar à rescisão de TACs já homologados.
Defesa da torcida
Em nota, o advogado da Torcida Jovem, Clhysthom Thayllon, classificou a decisão como perseguição, argumentando que a agremiação vinha colaborando com o BEPE para identificar e punir responsáveis por vandalismo. Ele alegou ainda que a torcida não teve direito de defesa antes da sanção ser aplicada.
O que dizem os torcedores nas redes sociais
Em uma resposta ao tuíte abaixo, o torcedor @Jhonatan_crf comenta que acredita que a torcida Jovem do Flamengo acabou, devido ao fato de ser punida mesmo tendo histórico de reincidência.
Já a flamenguista @leacrff acredita ter sido justa a nova punição a organizada. Veja o tuíte abaixo:
E você torcedor, o que acha da nova punição da organizada do Flamengo? Acredita que ocorrerá uma absolvição ou esse é o caminho que as outras torcidas organizadas do Rio de Janeiro vão seguir? Comente abaixo!
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