Bolsonaro diz acreditar que será preso até agosto e acusa Moraes de perseguição
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta sexta-feira (18) que não tem dúvidas de que será condenado e preso pelo Supremo Tribunal Federal (STF) até o fim de agosto, no processo em que é acusado de participar de uma tentativa de golpe de Estado após a derrota eleitoral de 2022.
A declaração foi dada após Bolsonaro ser alvo de uma operação da Polícia Federal, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, que determinou busca e apreensão em sua residência, apreendendo itens como um pen-drive e US$ 14 mil em espécie.
Além disso, Bolsonaro foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica, está proibido de usar redes sociais e não pode ter contato com o deputado Eduardo Bolsonaro, seu filho, que atualmente vive nos Estados Unidos.
Indignação do ex-presidente Bolsonaro
Em entrevista à agência Reuters, Bolsonaro classificou o julgamento como “o mais rápido que já se viu” e disse acreditar que Moraes age para tirá-lo da disputa eleitoral de 2026. “Eu estou no cadafalso. Na hora que o soberano Alexandre de Moraes achar que tem que chutar o banquinho, ele chuta”, afirmou. O ex-presidente também disse que o sistema não quer apenas sua prisão, mas sua morte: “Porque eu preso vou dar problema pra eles”.
O que diz a PGR
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), Bolsonaro “alimentou diretamente a insatisfação e o caos social” após perder a eleição para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Caso seja condenado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado, a pena pode ultrapassar 40 anos de prisão.
Entre as restrições impostas, Bolsonaro se emocionou ao comentar a proibição de falar com Eduardo, afirmando que essa é a medida mais dura. Ele disse acreditar que o filho deve buscar cidadania americana para não voltar ao Brasil, pois, segundo ele, “se voltar, vai ser preso”.
Na defesa, a equipe jurídica do ex-presidente afirmou ter recebido as medidas com “surpresa e indignação” e prometeu se manifestar assim que tiver acesso completo à decisão. Bolsonaro voltou a chamar Moraes de “ditador” e disse que nunca cogitou deixar o país, mesmo se referindo ao processo como motivado por perseguição política.
Histórico
Em 2023, Bolsonaro já havia sido declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, decisão que o impede de disputar cargos eletivos até 2030. Apesar disso, ele insiste que pretende ser novamente candidato. Para ele, sem sua participação, Lula teria caminho livre para um novo mandato.
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